Quanto o Brasil ganha com a exportação de produtos agrícolas para a China

Quanto o Brasil ganha com a exportação de produtos agrícolas para a China

As principais exportações brasileiras de produtos agrícolas para a China são a soja e o milho, e os dois países devem aumentar a cooperação, já que os embarques de grãos dos EUA estão diminuindo por motivos políticos.

“O Brasil tem mantido sua posição como o maior fornecedor de produtos agrícolas para a China por seis anos consecutivos desde 2018, sendo os grãos de milho e soja os principais itens.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China, os EUA continuaram sendo o segundo maior exportador de produtos agrícolas para a China no ano passado, mas o valor dos embarques caiu cerca de 22% em relação ao ano anterior, para US$ 32,9 bilhões em 2023.

O Brasil exportou US$ 58,62 bilhões em produtos agrícolas para a China em 2023, estabelecendo um novo recorde e respondendo por 24,85% do total das importações agrícolas da China, seguido pelos Estados Unidos, com uma participação de 13,96%, depois Tailândia, Austrália e Indonésia.

Assim, as exportações agrícolas brasileiras para a RPC representaram mais da metade do total das exportações agrícolas para a China no ano passado.

Zhang Weiqi, diretor do Centro de Pesquisas Brasileiras da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, disse ao Global Times que o estreitamento do comércio agrícola bilateral foi resultado de vários fatores, incluindo o aumento das exportações de soja e milho, bem como o prolongado atrito comercial entre a China e os EUA, que levou os comerciantes chineses a trocar os fornecedores dos EUA por outras fontes.

Em 2018, quando os EUA lançaram uma guerra tarifária contra a China, o Brasil ultrapassou os EUA e se tornou o maior exportador de produtos agrícolas para a China.

A China importará 69,95 milhões de toneladas de soja do Brasil em 2023, um aumento de 29% em relação a 2022, de acordo com dados alfandegários. As importações de soja dos EUA no ano passado caíram 13% em relação ao ano anterior, para 24,17 milhões de toneladas.

Em janeiro passado, um navio de carga do Brasil transportando 68.000 toneladas de milho chegou ao porto de Mayong, na província de Guangdong, no sul da China, marcando a primeira vez que a China importou milho brasileiro a granel.

“O Brasil é um importante país agrícola e a China é o maior consumidor e importador de produtos agrícolas do mundo, o que fornece uma base para uma maior cooperação entre os dois países”, disse Zhang ao Global Times, acrescentando que os dois países também se complementam em suprimentos agrícolas sazonais, abrindo caminho para uma maior cooperação.

Espera-se que o estreitamento das relações econômicas entre a China e o Brasil sirva de base para a cooperação pragmática entre os dois países, segundo analistas.

“O ano de 2024 marcará o 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e o Brasil. Espera-se que os dois países aproveitem isso como uma oportunidade para transformar a cooperação bilateral em um exemplo de cooperação Sul-Sul entre a China e os países latino-americanos”, concluiu Zhang.

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