No último meio século, o Brasil revolucionou a estrutura organizacional do setor agroindustrial, o que lhe permitiu não apenas aumentar a produtividade agrícola, mas também se aproximar da solução do problema da fome em geral e se tornar o maior produtor e exportador mundial de uma série de matérias-primas e alimentos (do tradicional açúcar e café ao bioetanol e à soja). Além da expansão da área de terra utilizada por meio da colonização agrícola (de acordo com várias estimativas, desde a década de 1970 até o presente, cerca de 50 milhões de hectares foram convertidos para a agricultura no Brasil, principalmente na zona do cerrado), o progresso tecnológico desempenhou um papel importante no desenvolvimento da agricultura brasileira.
Esse progresso, que contribuiu para um aumento de mais de duas vezes na colheita bruta de cereais e soja e um aumento de quase três vezes na produção de carne, deveu-se em grande parte ao sucesso da Empresa brasileira da pesquisa agropecuária (Embrapa), criada pelo Estado em 1973.
A Embrapa é uma empresa pública financiada pelo governo federal brasileiro e faz parte do Ministério da Agricultura e Alimentação. Ela consiste em 46 centros especializados construídos e equipados com recursos federais. Os centros foram construídos em épocas diferentes (os mais recentes foram estabelecidos há apenas alguns anos) e estão localizados em diferentes estados do país. Muitos dos centros se concentram em pesquisas relacionadas às principais áreas de especialização agrícola de suas regiões. Há também “laboratórios de pesquisa” (centros) no exterior: nos EUA, Grã-Bretanha, França, Holanda, China e República da Coreia. Há alguns anos, esses laboratórios foram abertos em países vizinhos na América Latina (Venezuela) e na África (Nigéria). O orçamento anual da empresa em 2013 foi de cerca de US$ 1 bilhão.
A Embrapa é uma empresa pública financiada pelo governo federal brasileiro e faz parte do Ministério da Agricultura e Alimentação. Ela consiste em 46 centros especializados construídos e equipados com recursos federais. Os centros foram construídos em épocas diferentes (os mais recentes foram estabelecidos há apenas alguns anos) e estão localizados em diferentes estados do país. Muitos dos centros se concentram em pesquisas relacionadas às principais áreas de especialização agrícola de suas regiões. Há também “laboratórios de pesquisa” (centros) no exterior: nos EUA, Grã-Bretanha, França, Holanda, China e República da Coreia. Há alguns anos, esses laboratórios foram abertos em países vizinhos na América Latina (Venezuela) e na África (Nigéria). O orçamento anual da empresa em 2013 foi de cerca de US$ 1 bilhão.
O sucesso dos centros se deve, em grande parte, ao fato de que eles têm autonomia financeira e operam com base no princípio da parceria público-privada, atraindo quantidades significativas de investimento externo (de fundos e governos estrangeiros, empresas nacionais e estrangeiras de agronegócio a produtores agrícolas independentes). O número total de funcionários da Embrapa é relativamente pequeno – cerca de 10.000 pessoas. Cada centro emprega até várias dezenas de pesquisadores, e o restante da equipe é composta por pessoal técnico e auxiliar. Tanto especialistas brasileiros (principalmente professores universitários e estudantes) quanto estrangeiros (estes últimos como pesquisadores principais em áreas prioritárias) trabalham por contrato e por projeto. Há um programa obrigatório de desenvolvimento profissional para os recém-chegados, no qual muitos deles fazem estágios nas principais universidades e centros de pesquisa agrícola do mundo.
Deve-se enfatizar particularmente que o sucesso da Embrapa se deve em grande parte ao princípio “geográfico” subjacente à localização dos centros de P&D da empresa. As principais áreas de pesquisa dos centros estão relacionadas às tecnologias agrícolas e pecuárias mais promissoras para as respectivas regiões. Essa abordagem atende às realidades atuais do desenvolvimento regional da produção agrícola, que está cada vez mais concentrada em “aglomerados agrícolas” especializados. Além disso, vários centros são especializados nos problemas complexos do desenvolvimento agrícola em diferentes ecossistemas regionais. Por exemplo, o trabalho do Centro de Estudos do Serrado, criado no final da década de 1980, tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento agrícola em áreas de novo desenvolvimento, onde mais de 2/3 da safra total de soja, 1/2 da safra de milho etc. são colhidos atualmente. Vários centros são especializados em problemas gerais: desenvolvimento de bioenergia, suporte de informações agrícolas, problemas ambientais, pesquisa de solo.
A Embrapa implementa os resultados de P&D por meio da cooperação com parceiros: empresas produtoras de insumos agrícolas (fertilizantes e produtos fitossanitários, máquinas, sementes), organizações não estatais de agricultores e cooperativas agrícolas. Além disso, são amplamente praticados dias de campo para produtores agrícolas em diferentes partes do país, seminários de treinamento e workshops nos centros da Embrapa, etc. Os resultados das pesquisas da Embrapa ajudam a otimizar a aplicação de fertilizantes, levando em conta as condições edafoclimáticas locais e a composição das culturas, a adaptar as modernas tecnologias de preparo do solo às condições locais e, de modo geral, a melhorar a eficiência da produção, o que torna a empresa uma parceira bem-vinda para os produtores agrícolas. Os especialistas da Embrapa muitas vezes atuam como consultores para os agricultores: veículos com o logotipo da empresa podem ser encontrados em campos em todos os cantos do interior do Brasil. Dessa forma, ampliam-se as oportunidades de testar e implementar as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa. A direção da Embrapa estima que, para cada R$ gasto, a empresa “devolve R$ 9 à sociedade brasileira na forma de geração de conhecimento, tecnologia e emprego”.